Foi o tempo que dedicaste à tua rosa…
Você que está lendo este breve parágrafo, deixe-me atentar e te dizer que – à priori – eu não confio em você.
Não sei pelo que você passou e você não sabe pelo que passei.
Não há nada em mim que pertença a você e em mim nada teu há que a ti pertença.
No entanto, tu te tornas eternamente responsável pelo que cativas.
Conforme nos conhecemos, nos olhamos, trocamos experiências, dores e prazeres, iniciamos uma dança conjunta de personalidade. Parte de mim é emprestada por ti e vice versa. Vez ou outra, vamos nos deparar com situações dolorosas ao longo da vida.
Mas você faz parte de mim agora e não posso deixar que você se machuque!
Para isso, decido até sacrificar um pedaço de quem sou para salvar um pedaço de quem tu és.
Fita 1, Lado B
Na realidade, todos já tivemos um momento como o da Jessica e Hannah onde desenvolvemos uma amizade. Duas vulneráveis almas, carentes e sós clamando por proteção. Encontramos, então, uma na outra a fortaleza que precisávamos. Jessica e Hannah mais tarde descobrem o Alex para formar o trio do Monet’s, onde um chocolate quente e uma pedida aleatório (pro Alex) resolvem tudo.
E quando você se doa demais?
Acontece que a vulnerabilidade – a abertura de nossas fraquezas – é uma das grandes razões para grandes amizades e laços duradouros. Parece até que amizades são superficiais enquanto não tiverem passado pela grande prova, uma prova que deveria destruir a amizade, destruir a relação.
No entanto, é importante saber os limites.
- Até que ponto você suporta ser vulnerável?
- Até que ponto suporta dar tudo de si?
- Até que ponto continua sendo você?
- E quando passa a ser o outro?
- E como saber que deveria haver tais limites?
A Hannah foi tomada de surpresa por um desaparecimento repentino do Alex e Jessica. Imagine o sentimento de abandono que, talvez, você já tenha sentido na vida. Esse abandono pode vir de diversas maneiras, seja a partir de um parceiro amoroso que se afasta devido ao trabalho ou às amizades do colégio ou faculdade que começam a desaparecer.
Desaparecer como se nunca houvessem existido.
Treze Porquês Não: Variedade de Produtos
Um conceito interessante no Marketing é a percepção de que, para estabilizar seu faturamento, aumentar a estabilidade da empresa e ter maior constância, você precisa aumentar a variedade de produtos.
Pense na Coca.
Há alguns vários anos atrás, lembro da Coca começar a comprar diversas pequenas empresas para aumentar sua cartela de produtos. O motivo era simples: todas as fichas da Coca estavam na Cola.
Algo que por baixo das cortinas da Fita 1, Lado B é essa mesma falta de variedade na Jéssica. Imagine alguém sem amigos, imagine alguém sem quem confiar. De repente, por um motivo ou outro, se aproxima por demais de alguém (Alex) e passa a depender emocionalmente totalmente dele.
Emocionalmente falando, a vulnerabilidade dá seus benefícios, mas cobra seu custo. Quanto a Jéssica teve seu namoro terminado pelo Alex, o Porquê Não desse episódio apareceu. Jéssica isolou-se, deixou-se ser só, deixou seu único produto (ou força emocional) concentrado em uma pessoa.
Quando o chão dela caiu, disparou ofensas direto na vulnerabilidade do outro.
Basta parar um segundo e pensar o quanto alguém que você conhece muito bem poderia te destruir.
Mas você não acredita que vai, afinal, há poder nessa tal de vulnerabilidade.
E a Jéssica foi destruída. Não por Alex, não por Hannah.
A Jéssica foi destruída por não ter chão onde pudesse cair. E, quando caiu, puxou tudo que estava ao alcance dela para o abismo junto consigo.
Foi o tempo que dedicaste à tua rosa que te fez depender dela.