Entenda os efeitos de um ano sem Facebook
Entenda os efeitos de um ano sem Facebook

Ainda não estava sem Facebook… “Plim!”, Alguém comentou minha foto. “kkkkkk, eu também achei!”, respondi. Agora, de volta aos estudos. “Preciso terminar esse projeto antes da meia noite, mas… onde eu estava mesmo? Bem, acho que é hora de comer alguma coisa e já volto.” Isso já aconteceu com você? Não se preocupe, sei que é difícil lidar com isso. Para mim foi quase um inferno. Depois de te contar minha experiência, vou te mostrar o que você pode fazer para ficar sem Facebook

Você vai aprender os efeitos de um ano sem Facebook.

Na época, eu tinha costume de interromper seja lá o que estivesse fazendo para atender à uma tímida, mas chamativa, notificação. Era rotina pra mim (assim como pode ser para você). Não achava que influenciava lá tanta coisa, afinal, conseguia terminar a maioria dos meus afazeres alguns minutos antes do prazo acabar. Pensava, então “não preciso ficar sem Facebook”.

Mas essa necessidade me incomodava, sabe?

Mesmo as notificações não me incomodando, eu permanecia horas e horas conectado, rodando a bolinha do mouse procurando o fim da timeline. Pra minha infelicidade, nunca cheguei ao fim  ( apesar de ter tentado muito). Acontece que aquelas duas, três ou quatro horinhas que eu estava conectado eram tempo suficiente para

No fim, influenciava, sim, muita coisa.

Então Resolvi Parar Com o Facebook

Não, não é fácil ficar sem Facebook. Mas se você considera necessário ou está em dúvida, continua aqui comigo.
Não, não é fácil ficar sem Facebook. Mas se você considera necessário ou está em dúvida, continua aqui comigo.

No começo não foi fácil e eu não queria parar, queria apenas reduzir meu tempo online. Apesar de usar várias técnicas baseadas em formação de hábitos, truques psicológicos, técnicas de jogos (tipo a Quest 01 do Upando Na Vida), produtividade e um bocado de força de vontade, acabei voltando várias vezes. De repente, a mente começava a me dizer  ( como que aquele diabinho que fica no ombro dos desenhos animados ):  “não tem problema entrar um pouquinho, você merece, vai”.

Era pior que vício em cigarro ficar sem Facebook!

“É, eu mereço, não preciso ficar maluco e preciso socializar”, a desculpa se formava e lá estava eu “kkkzando” e curtindo tudo que aparecia na minha frente. Também precisava reforçar minha imagem como um Yuppie estudioso, esforçado, com uma amável família, amigos incríveis e um futuro brilhante. Postava uma foto sorrindo num lugar que não ia muitas vezes, mas fazia desdém só para parecer que era algo comum.

Por quê nos importamos tanto com a opinião dos outros?

Continuava a responder meus melhores amigos, amigas, colegas, desconhecidos. Discussões amorosas, conversas sobre política, briga nos comentários, vídeos em que fui marcado para assistir, grupos que precisava participar e meu status que precisava atualizar. Tudo isso parecia uma obrigação imediata, não importando se quem está discutindo a relação com você é alguém que você mal conhece. Você precisa dar toda sua atenção, porque essa relação é sua maior prioridade naquele momento  ( repito, naquele momento).

E existe algo que muita gente ignora no Facebook.

O Contrato Informal do Facebook

Eu também não leio contratos. E até mal leio livros, mas esse daqui é crucial.
Eu também não leio contratos. E até mal leio livros, mas esse daqui é crucial.

Sabe, tudo parece muito organizado no Facebook. Isso porque existem inúmeros contratos que nós assinamos  ( mas apenas um deles nos é apresentado). Todos os outros são contratos informais, criados com cada um dos seus contatos e com a união deles. Esses contratos também existem na vida lá fora sem Facebook, mas possuem a falta de imediatismo.

Os contratos informais do Facebook são como prisões.

Cada contato tem uma longa lista de direitos e deveres. Se todos cumprirem seus deveres, receberão seus direitos corretamente ou poderão receber indenizações ou sanções, de acordo com a magnitude do agravo ou agrado. Percebe o quão bizarro isso é ao ficar sem Facebook? Aquele sorriso quando alguém curte tua foto desaparece.

Você sabe a verdade sobre os termos deste contrato?

Os contratos incluem, entre seus termos, trocas informais de likes, comentários bonitos nas fotos, conversas longas, respostas rápidas no chat, ajuda para argumentar  ou brigar com alguém defendendo um ponto contrário ao seu e várias outras coisas. O Facebook me parece com algo que conhecemos muito bem: a realidade.

A realidade sem Facebook te será mostrada em breve…

Todos os elementos que compõem a nossa realidade, o mundo físico, estão no Facebook. Desde tios e avós puxando a nossa bochecha até contatos de networking para sua vida profissional. E você precisa cuidar deles com extremo requinte de uma forma que nossos pais e avós nunca precisaram. Na época deles, bastava cuidar de um contato por vez.

Hoje precisamos cuidar de centenas de contatos…

É difícil não viciar no Facebook porque, diferente da vida normal, tudo está mais próximo. Todos os seus 300, 500 ou 800 amigos estão lá, imediatamente, para você. Todos estão lá, vivendo, e você participando de tudo. Todos estão lá e contam que você também esteja porque, só assim, você poderá cumprir sua parte do contrato, seus deveres. E ai de você se não cumprir com a sua parte! As sanções dos seus amigos serão severas…

E, claro, o algoritmo também vai te punir se não cumprir…

É como se fosse uma novela  ( que ninguém admite, mas todo mundo ama )  só que dessa novela, você faz parte. E é incrível fazer parte da novela, é excitante, é gostoso, é satisfatório. Ocupa a mente, diverte, informa e trás felicidade. De repente, lá estamos nós, na terceira hora passando a timeline e nos perguntando como deve ser a vida sem Facebook.

Mas é difícil encontrar o quê incomoda, afinal.

Qual Motivo Para Ficar Sem Facebook?

O azul é o mesmo e o consumo da vida também.
O azul é o mesmo e o consumo da vida também.

Acontece que, assim como a “cama de controle” que conecta o Jake Sully, de Avatar, ao seu corpo com três metros azul e com bolinhas que brilham no escuro, o Facebook também não te oferece uma segunda vida simultânea. E isso é perigoso porque cada minuto gasto nessa vida virtual é um minuto gasto na sua vida real.

Literalmente, você investe vida em troca de Facebook.

Quando você está conectado ao seu avatar, seu corpo está deitado em uma cama, enquanto envelhece e a vida passa nos dois lados. Você precisa escolher entre viver sua vida no lado azul da força ou no lado cinza, o lado real. Mas, diferente do filme de James Cameron, não há uma árvore todo-poderosa que te faça entrar no corpo azul escuro do Facebook e abandonar seu corpo real.

Na verdade, há apenas o sentimento de ficar sem Facebook…

Você percebe que, dentro do seu avatar, a vida é diferente, todo mundo tenta impressionar a todo mundo  (e você não está fora do jogo). Dentro do seu avatar, você sente que pode dizer que é quem você quiser dizer que é. Mas então você percebe que as pessoas não são o que dizem ser  ( nem você é). As pessoas são o que fazem, são o que está oculto na timeline, o que se vê só se você olhar de perto. Afinal, só se vê bem com o coração. Os olhos somente vêem tudo, mas tudo que os outros quiserem que eles vejam.

Você acha que ficar sem Facebook vai resolver sua vida?

No meu começo sem Facebook, como qualquer começo, não foi fácil , repito. A velha mania de abrir uma nova aba, apertar “F” e dar Enter demorou a sair. Às vezes sentia uma grande solidão, uma grande necessidade e um vazio no peito, como se houvessem cortado algo de mim. E haviam cortado, eu havia acabado de perder minha injeção diária de Dopamina aaa matinal, diurna e noturna.

Eu estava triste e desmotivado sem Facebook.

Mas depois que consegui abandonar meu avatar azul escuro de verdade (O Facebook), passei a enxergar as coisas com uma visão bem diferente, bem mais madura e um bocado insensível. Passei a enxergar melhor as relações e suas consequências, tanto boas quanto más. Passei a enxergar melhor meu futuro, meu tempo, minha família, meus amigos e minha vida cinza.

Mas nada é perfeito dentro ou fora do Facebook.

Nem Tudo São Flores Sem Facebook

Depois de meses sem Facebook, um amigo comenta sobre um evento super importante para minha área profissional que eu sequer sabia que havia sido organizado, mas que já havia acabado. Foi quando percebi que precisava mesmo do Facebook e não poderia simplesmente cortar assim. Isso aconteceu em 2015 e um estudo das universidades de Nova York e Stanford confirmaram que ainda é realidade em 2019.

O estudo ainda provou que as pessoas ficam mais felizes…

No meu teste em 2015, após esse evento de ficar desatualizado, passei a entrar nele uma vez por mês, só para verificar os grupos importantes à procura de eventos. Conseguia ver todos que queria acessando de 5 a 10 minutos por mês e participei de vários evento. Sem Facebook, não conseguiria ter ido. Então ele não é totalmente maléfico, mas uma ferramenta a ser bem utilizada.

Uma coisa bem triste que começou a acontecer, principalmente quando fui parando de usar o Whatsapp também, foram os amigos que iam desaparecendo. Obviamente, eu também era o culpado por isso. Antes de desaparecer, deixei claro que estava totalmente disponível para qualquer um que precisasse de mim , mas por e-mail ou Telegram. A todos que me procuraram, fui totalmente solícito. Mas algumas pessoas que conversava várias vezes por semana simplesmente sumiram.

Então encontrei uma solução para ficar sem Facebook e feliz.

Tudo Pode Ser Flores Sim!

“Iiiiiiiuuu”, já diria o marginal Natalense sobre qualquer coisa. Vai dar certo.
“Iiiiiiiuuu”, já diria o marginal Natalense sobre qualquer coisa. Vai dar certo.

Não é que eu não gostasse das pessoas que desapareceram, nem que elas não gostassem de mim, é só uma questão de momento. A amizade continua a mesma e você sente falta delas com o passar do tempo do mesmo jeito que elas sentem a sua. Mas não estar 24 horas disponível para todo mundo significa que você vai estar mais disponível para você, para sua própria vida. Os reencontros são ainda mais interessantes porque você não sabe da vida das pessoas. Afinal, aquela notícia pública de que seu amigo foi aprovado no mestrado é uma surpresa pra você.

É tudo diferente e a vida cinza passa a ter seu valor aumentado.

Alguns valores seus, de fato, começam a mudar. Você passa a dar menos valor àquele filtro do Instagram. Passa a não querer tantos likes, tanta audiência. Passa a pensar menos em fotos e menos em tentar impressionar tanta gente. Passa a tentar impressionar somente às pessoas que mais ama.

E, alguns meses no projeto, você se sente renovado.

É mais fácil impressionar pouca gente, são menos exigências, mas são mais focadas. Seus pais ou aqueles com quem você vive   sempre estarão lá para te manter no trilho. Seu cônjuge   estará sempre lá para jogar carvão e aumentar a velocidade do trem, enquanto que seus amigos mais próximos estarão sentados nos vagões, prontos para te ajudar, caso você precise.

Tudo isso acaba blindando você contra o Facebook.

De repente, com a vida nos trilhos e muito carvão para queimar, você começa a valorizar diferentes aspectos da vida, começa a ter menos ansiedade e procrastina bem bem. A sua vida, de fato, acaba mudando ao ficar sem Facebook porque você, antes, não fazia ideia do quão viciado você estava. Sem Facebook você ainda vive, mas a sua própria vida.

E tudo que falei serve para o Instagram e outras redes.

Por fim, de repente, você começa a se reconectar aos seus amigos, porque agora você sabe como funciona a vida offline, você sabe como recriar laços. Agora, novamente, você sente um prazer similar ao que sentia antes, mas você não é o mesmo. Aquele velho azul escuro parece acinzentado enquanto seu cinza tornou-se azul e brilhante.

4 Passos Para Fazer Detox do Facebook

Hey, todo o texto acima foi postado, originalmente, num outro blog meu lá em 2016. Fiz essa experiência em 2015 e, até hoje (2019), continuo sem acessar o Facebook. A verdade é que ficou bem mais fácil e eu perdi, totalmente, a necessidade. O que vou te falar nesses 4 passos para ficar sem Facebook foram meus aprendizados dos principais erros que cometi. Presta bastante atenção e, se for sua intenção ficar sem Facebook, te digo logo parabéns!

Passo 1: Meça Quanto Tempo Usa FB por Dia

Antes de qualquer coisa, é preciso saber o tamanho do vício. Você pode usar um aplicativo de Timelog, como o SaveMyTime, ou usar um de análise de uso como o QualityTime (somente se acessar o Face só pelo celular). Se quiser, pode medir também direto no navegador do PC com o WasteNoTime, mas a configuração é mais difícil.

Ahh, se tiver com preguiça, faça um chute bem preciso.

Essa informação é necessária para que você saiba, exatamente, o tamanho do problema e o possível benefício. Assim que você ficar sem Facebook, esse tempo que você usa diariamente se tornará abstinência e você precisará de algo para preencher. Faça essa medição por um ou dois dias, bastando saber que foi um “dia de uso normal”.

Passo 2: Coloque Na Agenda

Vamos supor que você acessa o Facebook durante 2 horas ao longo do dia. A partir de agora, você vai colocar horários fixos do dia (pelo amor de Deus, não abra ao acordar!). Pode colocar 1h no almoço e 1h perto da janta, por exemplo. O objetivo de colocar na agenda é de ajustar os diversos acessos diários (eles quem mais destroem tua produtividade). E, nesse passo, você não vai reduzir seu acesso, vai apenas controlar. Uma dica é usar o AppBlock para ajudar nos horários. Faça isso durante 3 dias após o passo 1.

Mesmo assim, aqui já haverá um benefício inicial.

Passo 3: Destrua a Timeline

Essa é a timeline usando o News Feed Eradicator. Viu ela? Exatamente, não existe.
Essa é a timeline usando o News Feed Eradicator. Viu ela? Exatamente, não existe.

Tudo que estou te falando é experiência prática de ficar sem Facebook. Gostaria de dizer que será fácil, mas não será. Os três primeiros passos são apenas preparações para que você não tenha uma recaída forte (você terá recaídas). Agora instale o News Feed Eradicator no seu Chrome para garantir que você não terá mais timeline (que é o maior motivo para ficarmos sem Facebook). Você ainda poderá acessar grupos, chat e tudo mais.

Com esse passo, você irá dominar o algoritmo do Facebook.

Agora vem algo difícil do passo 3: remova o Messenger e o Facebook do seu celular. Agora mesmo, imediatamente. O primeiro motivo é que seu celular apenas é lento por conta desses dois (e do Insta). Você apenas acessará o Facebook pelo navegador (do computador ou do celular). Você realmente não precisa do Facebook aparecendo o tempo todo durante o dia inteiro. Fique nesse passo por mais uma semana ou duas. Você se sentirá tentado a parar por aqui (ou desistir).

Agora o bicho vai pegar…. dê play no vídeo antes de continuar.

Passo 4: Hora de Ficar Sem Facebook

Quem estiver desesperado para ficar sem Facebook pode vir direto para esse passo.

Funciona assim: usando o News Feed Eradicator e um lembrete na agenda diário, você ficará sem Facebook. Só isso. Todos os dias você terá 5 a 10 minutos (no máximo) para acessar o Face e se atualizar. Nada de abrir perfil de ninguém, acesse apenas grupos importantes. E, se for o seu caso e preferir ficar desinformado, chuta o pau da barraca e não abra mais o Face.

É, amigão, né fácil não.

Mas diz aí, tu gostou do artigo? Se gostou, esse foi um dos meus primeiros testes bem legais sobre mudança comportamental e de hábitos importante para a vida. Hoje estou muito mais avançado e uso técnicas de jogos e Gamificação para criar comportamento e mindset. Uma forma que você tem de se beneficiar com isso é aceitando a Quest 01, a primeira missão do Upando Na Vida (que, se você acompanhar, terá direito a 90 dias gratuitos de transformação).

Por fim, se gostou MESMO do artigo, compartilha aí (no Face mesmo!)

5 Responses

  1. Já tenho práticas de dieta de informação, e sair do Facebook me faria perder muito do material que compartilho com minha rede do amor evolutivo, além de perder dinheiro, vendas e todo trabalho de conseguir 22.000 seguidores da página amor evolutivo… acho que não precisamos ser extremos, a evolução é justamente integrar polaridades, aprender lidar com o mundo, não fugir dele.

  2. Passando aqui para agradecer essa delícia de artigo sobre o abandono dessa rede social que tanto mudou nossas vidas. Apesar de eu ter saído por livre e espontânea vontade, gostaria de ter lido essas dicas antes e não ter tantas recaídas como eu tive, então espero para os que vão tentar, boa sorte.

    1. Hey, Pedro! É massa ver a diferença de mindset que a gente tem depois que conseguimos sair. Ficamos meio que “imunes” porque perdemos a vontade. Isso é legal de perceber depois de alguns meses sem Face. É como se a gente fosse “aceitando” as pequenas coisinhas sem perceber e, depois de um tempo, finalmente notamos o erro que cometíamos.

  3. Ahhh, esse artigo foi um dos primeiros que tive orgulho de escrever. Ele aumentou um pouco de tamanho na revisão de adequação pra 2019, mas foi bem legal escrever ele lá em 2016! ❤

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